Um Vinho Tinto de Além Tejo


   Encomendámos as pizzas.
   Quando ela me ofereceu chá, percebi que havia um enorme leque de opções à escolha, acabámos por beber um que ela sugeriu, que se apelidava Cocktail Exotique... assim deduzi que uma das componentes daquele espaço era a de uma casa de chá. Bem, de chás e infusões. Elisa explicou que vulgarmente chamamos chá a tudo, mas que maioria do que bebemos são infusões. Designadamente toda a panóplia de mesinhas passadas de geração em geração, de mães para filhas, para tratar os múltiplos mal-estares do corpo. Por vezes até da alma.
   Não muito longe dali havia, bem integrada em toda a decoração, uma garrafeira. Por detrás das prateleiras onde estavam as garrafas havia uma minuciosa iluminação. Havia garrafas ao alto, vinhos que por um qualquer critério tinham maior destaque. Outras havia, deitadas, mas de rótulos voltados para o olhar dos possíveis clientes. Logo para além da vertente casa de chá, era também de se concluir que ali também se podiam beber bons vinhos. Mais do que os beber, o ambiente indicava que era para serem saboreados em boa companhia, como tempero de uma boa conversa.
   Obviamente, como espaço público que era, aquele espaço não iria ter clientela selecionada, mas pelo ambiente, por aquilo que disponibilizava e pelos preços que certamente iria praticar, essa mesma clientela iria selecionar-se por si mesma. O espaço tinha glamour, discreto mas tinha, como Elisa...
   Havia uma aura intelectual por ali. Havia livros também. Expostos quase como se fossem obras de arte. Mas não tendo Elisa dado qualquer explicação, não pude concluir se teria uma vertente de livraria ou de biblioteca. Ou eventualmente até teria ambas. Mas, ao ter curiosidade, ao querer perguntar, recordava as palavras da anfitriã, qualquer coisa como deixar ao livre arbítrio dos clientes o tirar conclusões e só intervir se eles estivessem incorretos.
   – Assim que chegarem as pizzas, vamos buscar o vinho, não convém que seja já... para estar à temperatura ideal quando o bebermos. – informou Elisa e eu anuí, com um informal gesto de cabeça. Fiquei a pensar naquele pormenor da temperatura do vinho e batia certo muita coisa que estava a pensar sobre o enquadramento daquele lugar.
   E ela então perguntou:
   – Diga-me Santiago, imagina-se cliente desta sala de estar?
   – Chá, vinho, livros... – disse colocando logo de seguida um ar pensativo – Sim, com certeza que sim... – conclui.
   – Bem, não lhe posso perdoar não referir a boa companhia, vou tomar isso como um mero lapso. – disse ela sorrindo.
   – Sem esquecer a magnífica companhia. – disse como se não tivesse parado de refletir.
   – Desta safou-se. – disse ela quase rindo.
   – Ufa! – exclamei como que aliviado.
   – Vou colocar música. Com licença... – disse ela.
   Quando ela disse música, pensei que o meu resumo de há pouco ficava completo. Chá, Vinho, Livros... Não esquecer a boa companhia... e a cereja no topo do bolo: música.
   – Parece-me bem. – concordei, mas com a sensação de não saber, se essa responsabilidade eu tivesse, de escolher uma música adequada para aquele lugar, para aquela ocasião e de repente senti que aquele era um espaço onde também se podia aprender com as pessoas que por ali se poderia vir a encontrar.
   Elisa que já se havia levantado, virou-se ligeiramente para trás e disse:
   – Sabe, vou apresentar-lhe um músico de quem gosto muito.
   Pensei para comigo, ela revela-se aos poucos, só preciso estar bem atento.
   Elisa foi ao bar e a partir daí nasceu o som envolvente de um piano. Logo pensei naquilo que me havia chegado aos ouvidos, lá no Banco, sobre a música que se podia ouvir vinda do apartamento de Elisa.
   Ela voltou e sentou-se de novo junto de mim. Aquela mulher fascinava em tudo, até no sentar gracioso, quase sensual, era impossível não reparar.
   – Gosto muito da música produzida por este instrumento, são um refúgio seguro para mim. – disse num tom sério, de quase confissão, e perante a informação prestada senti que a devia guardar. Jamais esquecer.
   Eu escutei, não era entendido, mas não podia deixar de concordar que a melodia que se ouvia e a superior qualidade da aparelhagem sonora, criou um ambiente muito acolhedor.
   Elisa ficou como que mais calma. Como que possuída pela própria música.
   – Você gosta mesmo desta música. – ousei opinar.
   – Não só gosto como preciso dela. – confessou.
   – Porquê? – perguntei curioso. Desta vez sem temer uma das respostas típicas de Elisa.
   – Sou um pouco impulsiva, digo muitas vezes o que me vem primeiramente ao pensamento, sem nada filtrar ou autocensurar... – fez uma pequena pausa – E isso nem sempre é a melhor coisa a fazer... e se hoje estou aqui é porque o fui...
   Não disse nada, fiquei a pensar que ela se referia a mim e que de alguma forma, estava arrependida.
   Ela olhou, sentido o que eu pensava e disse:
   – Não, Santiago, não me refiro a si. – sossegou-me.
   Olhei-a bem, naqueles olhos que já me olhavam.
   – Pode contar comigo, Elisa. – disse disponibilizando a partir daquele instante a minha amizade. Falei, não dando um passo em frente, mas vários. Não senti medo da reação dela, ela tinha aberto uma brecha nas suas muralhas e eu qual esguio soldado logo entrei para sabotar o castelo.
   Pensava não só no que ela havia dito, mas vendo-a sobretudo como uma mulher algo solitária. Alguém que rompera, sei lá, como uma fase de vida. Era este o meu juízo naquele instante, era esta a opinião de algumas pessoas do bairro.
   Elisa olhava-me como alguém sem defesa procurando-a.
   – Eu sei, Santiago, eu senti e por isso o convidei. – confessou.
   Sorri e apeteceu-me segurar-lhe as mãos... E se depressa o pensei, mas depressa ainda não o fiz. Ela estava calma e relaxada, mas há um momento em que não convém abusar da sorte. Como alguém que nunca tendo ganho ao jogo decide parar de jogar para com alguma coisa ficar.
   Conversámos mais um pouco. Elisa falou-me do pianista que escutávamos, chamava-se Brain Crain, notava-se que era muito entendida na matéria. Falava e divulgava o seu conhecimento de uma forma... sei lá... quase como se de uma professora se tratasse, só faltou mesmo perguntar se eu tinha dúvidas.
   Nunca fui propriamente entusiasta de música de um piano, mas confesso que aquele som, naquele espaço, fez um inesperado sentido. Eu estava realmente a gostar muito de ali estar.
   Uma grande variedade de chás, bons vinhos para saborear, livros que com suas narrativas nos fazem voar, música para nos embalar e sossegar o espírito. Era esta a minha síntese do lugar, o meu livre arbítrio, aquele que Elisa iria ou não aprovar. Aprovaria ao não me corrigir.
   A fórmula base daquele espaço começava a agradar-me muito. O ambiente. Seria um espaço público mas íntimo, intimista.
   E eu tinha ainda uma vantagem a acrescentar, a magnífica companhia de Elisa.
   – Não tenho talheres nem pratos. – informou ela – Temos que comer as pizzas com as mãos. Espero que não se importe, Santiago...
   – Claro que não... – disse sorrindo, para assim sossegar a aparente apreensão de Elisa.
   – Até é giro. – disse ela – Já não faço isso há tanto tempo. – confessou manifestando um inesperado saudosismo.
   Havia nuances em Elisa, uma vontade de falar de si, de ir mais além, mas também, e quase ao mesmo tempo, de não ir. Era como uma guerra interior. Ela começava a fazer-me sentir muito curioso, um desejo de a conhecer mais e melhor havia-me tomado por completo naquele final de tarde, princípio de noite.
   Ouviu-se uma campainha. Elisa pediu licença e levantou-se.
   – Santiago, fique ai... – ordenou ela.
   – Eu... – comecei por dizer, mas o olhar dela como que me calou a boca.
   Elisa pegou na sua bolsa e foi à porta.
   Voltou com as pizzas e ainda antes de as colocar sobre a mesa disse:
   – Da próxima vez comemos lá em casa, está a começar a ficar frio e estava-se muito bem junto à lareira. – opinou ela.
   Eu limitei-me a ouvir. Nada disse. Nada havia para dizer. Tanto pelo efeito surpresa como pela quase impossibilidade de a contrariar.
   Elisa parecia que decidia tudo. Sentia-me como que escolhido. Era isso que sentia e isso acarretava como que aceitar as suas decisões, as suas espontâneas decisões.
   Ainda mal nos havíamos conhecido, já ela falava em próxima vez, em me levar a sua casa. Não parecendo importar para ela toda a conjetura envolvente. Ou a vida que eu tinha antes dela aparecer.
   – Santiago, vá abrindo as caixas... – disse ela – Vou buscar o vinho que escolhi para nós a pensar em si, para lhe proporcionar a degustação de um néctar que estou certa que nunca provou...
   Pelo requinte do lugar, ainda que apenas em pensamento, concordei com ela.
   Voltou escassos momentos depois com a garrafa já aberta e com dois copos.
   – Santiago, queira ter a bondade e a gentileza de servir a senhora. – disse Elisa sorridente. Passou-me a garrafa para as mãos e pousou os copos em cima da mesa. Sentou-se.
   – Com todo o gosto... – disse igualmente sorrindo.
   – Ainda bem que não disse com todo o prazer, pois prazer é outra coisa... – disse ela num tom enigmático, quase provocador.
   Fiquei, naturalmente, sem resposta e ela parecia, ela sim, ter prazer em me deixar completamente desarmado. Enchi primeiro o copo dela e depois o meu.
   – Brindemos. – disse ela.
   – Sim, brindemos a este lugar e que o mesmo se torne naquilo que você idealizou para ele. – propus eu.
   – Amén. – disse Elisa e os copos tocaram-se produzindo um som que quase se encaixou perfeitamente na música do piano que podíamos escutar.
   Comemos as pizzas, havíamos encomendado duas diferentes, mas acabámos por dividi-las entre nós. Elisa falou do vinho. Percebi que sabia do que falava.
   Não havia dúvida, o vinho era de facto magnífico. O meu falecido pai diria que era uma bela pomada, mas estou certo que ele jamais degustara algo assim, não era um vinho acessível a todas as bolsas, por certo.
   – Sabe, Santiago, estou a adorar tê-lo aqui... comigo... – confessou Elisa.
   – Eu também, sinto-me um privilegiado. – disse.
   – Hum! – sonorizou ela pensativa.
   Eu olhei-a, intrigado, esperando uma surpresa qualquer.
   – Vou mostrar-lhe a minha casa. – comunicou Elisa.
   – Quando? – perguntei pensando que ela estava a programar isso para uma outra ocasião.
   – Agora! – exclamou ela.
   Mais uma vez eu nada disse. Estava decidido e isento da minha aprovação. Sorri.
   – Hum!... – ficou de novo pensativa e eu esperando mais alguma surpresa – Eu sou a dona, não sou? – perguntou olhando à sua volta. Uma pergunta retórica a que eu decidi responder.
   – Presumo que sim. – respondi bebendo o resto do meu vinho. A garrafa estava vazia, assim como o copo de Elisa.
   – Vou buscar mais uma garrafa de vinho e levar para bebermos lá em casa. – comunicou.
   Elisa levantou-se. Não posso afirmar que estava embriagada, mas aquele vinho tinto havia deixado marcas nela... e em mim também...
   Arrumámos rapidamente tudo, como que eliminando as provas da nossa presença ali. Ajudei-a a trancar tudo, ela ligou o alarme e saímos pelas traseiras.
   – Vamos a pé, não é muito longe e como nós já bebemos um pouco, vai fazer-nos bem um pouco de ar fresco. – disse Elisa após fechar a porta das traseiras. Na sua bolsa seguia a segunda garrafa de vinho.
   – Concordo. – disse sorrindo e lá fomos.
   Ela pegou-me no braço... bem, como explicar?
   Não há imagem melhor para descrever do que a do gesto de uma noiva puxando para si, e só para si, o homem escolhido. O seu noivo.


   Notas Finais
   Agradeço mais uma vez a Ivone Moreira a paciência que tem para corrigir o que escrevo.


   Texto(s) Relacionado(s)
   - Apenas Elisa,
      publicado a 16 de Dezembro de 2012.
   - Chá com Elisa,
      publicado a 30 de Dezembro de 2012.




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18 comentários:

  1. Adorei... mas fiquei com o bichinho atrás da orelha para saber se haverá romanceeeeeee...

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  2. Considero que estou a ler um livro, por capítulos...isto para dizer que também todos eles têm a sua parte de narrativa.
    Comecei então numa descrição do ambiente, em que existe uma certa frieza, em relação à parte em que começa o diálogo...aqui tudo se transforma, as palavras são carregadas de sensualidade e da tendência de continuar a ler mais e mais...
    Acabei com um "delicioso e amargo" gostinho na boca, porque não havia mais...
    Tudo muito bem retratado e consegui sentir, que também me encontrava neste ambiente envolvente!!
    Uma mulher impetuosa, independente...será escorpião??? ahahahah!!

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    1. Sim, Isabel, isto cada vez mais se está a parecer com um livro. Não o posso negar!
      É o humor... cáustico... de Elisa que torna os diálogos interessantes. Ela é naturalmente sedutora, é-o sem o querer sequer ser. O será que quer? (fica a questão no ar).
      Agrada-me prender o(a) leitor(a) e ao que me parece a Isabel está presa, apesar de todos os "amargos de boca" e "crepes de chocolate roubados"...
      Talvez ela tenha ascendente em Escorpião ;)

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  3. Acabei de ler mais um episódio desta história, e fiquei mais uma vez empolgada em saber o desenrolar desta novela, que tem tudo para prender o leitor. Bem, ele à partida deve ser um homem muito atraente fisicamente, pois tem demonstrado imaturidade, timidez, recatez, apreensividade, sem grande atrativo oralmente, características estas que não cativam as mulheres. Talvez pelo facto de estar possuído pelos encantos dela o faz agir assim, mas acho que deveria arriscar mais, uma vez que se interessa por ela. Ela por sua vez, é uma sedutora nata, capaz de persuadir qualquer cobaia nas suas teias. A história em si está muito bem narrada e é muito interessante, porém falta-lhe ritmo, desenvolvimento, pois das duas uma, ou é uma longa história que promete muitos episódios, ou é demasiado pormenorizada para um desfecho rápido. Só espero que não sejas como o Alfred Hitchcock que assassina as histórias no momento inoportuno. Quanto aos lapsos, tenho a salientar 3: "ela tinha aberto uma brechas nas suas muralhas" - brecha - "espaço público mas intimo" - íntimo - "e isso não sempre é o melhor coisa a fazer" - nem. Em resumo, estou a gostar imenso daquilo que li, tem todos os ingredientes para ser uma linda história de amor. Continua a nos encantar! Beijokas.

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    1. Em primeiro lugar, e começando pelo fim, já corrigi os erros... A minha amiga tem um verdadeiro olho de lince ;)
      Quando às alegadas demonstrações de Santiago, ele pode ter motivos para assim agir/reagir e ainda não ouvimos Elisa, se calhar ela gosta dele pela simplicidade, pelo olhar e talvez ele seja atraente fisicamente ;) ... para ela!
      O contrário do que inicialmente pensei, seria uma história em 3 textos, a inspiração foi fluindo e agora sinceramente não sei quantos textos serão precisos para terminar...

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    2. Por vezes quando escrevemos demasiado depressa, ocorrem pequenos erros, e isso meu amigo toda a gente comete. Mas para a próxima vez, prometo que te digo as gafes através de mensagem. (Assim já não pareço atrevida). Bem, quanto à história acho muito bem que dês continuação, pois todos nós queremos mais desenvolvimento e conclusão. Desejo muita inspiração e muitas conversas com a nossa Elisa. Beijokas, fica bem.

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    3. Não tenho qualquer problema em que me digas os erros aqui publicamente, aqui para nós que ninguém nos ouve, nunca foi bom aluno a português ;)
      Gosto das tuas críticas, fazem pensar, olhar com outros olhos... Eu estava/estou tão preocupado em saber quem é esta Elisa que me esqueço de tentar perceber quem é este Santiago... Se calhar isso vai fazer com que haja ainda mais textos :)
      As tuas críticas faz-me questionar e isso, acredito, faz-me crescer...

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    4. Que bom amigo ouvir isso, pelo menos sirvo para alguma coisa, eheheh. Mas acredita, não sei fazer melhor que tu, és mesmo bom contador de histórias. Consegues agarrar os leitores a um ponto hipnótico, que não conseguimos nos abstrair de outra coisa. E isso é o que faz a diferença do bom e mau escritor. Continua, que estás no bom caminho!

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  4. Que mais se poderá dizer?
    Continua Jerónimo, assim teremos quiçá um futuro escritor português que fará rivalidade ao Nicholas Spark :D
    Bom trabalho migo

    Abraço

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    1. Muito obrigado João pelo apoio ;)
      Quanto à rivalidade com Nicholas Sparks... ainda tenho muito caminho a trilhar ;)
      Abraço

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  5. Devo dizer Vítor que este formato, em género romance torna-se ainda mais apelativo ;) Parabéns e continua...

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  6. Mais uma vez fiquei com a curiosidade espicaçada.... e com vontade de ler mais.
    Consegui imaginar este espaço e este ambiente, e devo dizer que me agradou bastante... cheguei ao final deste episódia com um sorriso nos lábios
    Parabéns :)

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    1. Muito obrigado ;)
      Estou a gostar muito de escrever estes textos à volta da personagem Elisa... eu próprio tenho muita curiosidade com o que ainda ai vem ;)
      Talvez esteja para breve a publicação de mais um texto, estou ainda a decidir.
      Beijo Fernanda...

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  7. Delicioso,espero o proximo, beijinho :)

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    1. Bom dia Teresa ;)
      A seguir a este já tens este : http://vjpereira.blogspot.pt/2013/01/um-quadro-vivo.html
      Beijinho

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     O vídeo que pode ver em baixo é uma curta-metragem chamado Cupidity (ou Cupido, em português).

     A história é sobre uma empregada de mesa apaixonada por um cliente, mas que ele nunca reparou nela. Ela canta no restaurante onde trabalha e todos a aplaudem... menos o cliente por quem ela está interessada.

     Até que ela percebe o real motivo do desinteresse e recebe a ajuda de um Cupido. Veja por si mesmo: clique no play e emocione-se.