Rescaldo Alc. 14,0% vol. 750ml


   Fiz o caminho até ao carro. Penosamente, diga-se a propósito. Vinham-me à memória outros tempos. Sentia-me muito mal disposto, com a boca seca, quase tive vontade de vomitar. Tinha bebido de mais, era um facto. Já era manhã, só havia tempo para ir a casa, tomar um banho, vestir, comer qualquer coisa – se conseguisse – e ir trabalhar. Era outro facto.
   Cumpri o planeado, excepto o comer, que fui incapaz.
   Ainda antes de entrar ao trabalho, bebi um café e comprei uma garrafa de água de litro e meio, para levar comigo. Quando me viram chegar ao Banco, os meus colegas, pelas suas expressões, devem ter achado no mínimo estranho eu trazer comigo aquela garrafa de água, ainda por cima das grandes.
   Passei uma manhã terrível, mal disposto, com dor de cabeça, alguns clientes notaram. Desculpei com uma indisposição por causa desconhecida. Mentira piedosa para quem não devo justificações de pormenor. A garrafa de água estava devidamente oculta pela minha secretária.
   Chegou a hora de almoço, mais uma vez a má disposição, a dor de cabeça, não me deixaram comer como era normal. Pensar em comida parecia que me deixava ainda mais mal disposto. Mas lá consegui comer uma tosta e beber um chá... E foi aqui, apenas aqui, que voltei a pensar em Elisa. Pois é, a má disposição e a necessidade de não deixar esta prejudicar o meu trabalho, que nada tinha a ver com o meu desvario, levou a que não houvesse como que espaço para nela pensar.
   Tudo havia começado com um chá, um mísero chá... Exótico, segundo constava no rótulo. Depois aquele vinho tinto Alentejano, uma garrafa a cada um!... Fora de mais.
   De repente, assim sem mais, nem menos, senti-me absolutamente aéreo, pensava nela, nela como mulher encarnação do meu desejo, desejo que agora me via a viver. Senti medo. Senti que não queria sentir aquilo, para já não... não estava preparado. Não me sentia como era suposto para viver aquilo... Mas eu conhecia-me, e aquele estado, aquele meu estado que me leva a deixar de ouvir o que se passa à minha volta, a perder noção do tempo... Pois, a perder noção do tempo...
   Cheguei atrasado uns 5 minutos ao meu posto de trabalho, ninguém ainda me esperava, mas para mim mesmo aquele atraso era uma falha imensa. Eu que era conhecido por chegar sempre antes da hora. Mal me havia sentado, bebido um pouco de uma garrafa de água com gás que havia trazido, Elisa apareceu. Vinha de óculos escuros.
   Assim que a vi entrar, tive um mau pressentimento. Ela dirigiu-se imediatamente a mim, antes que alguém ali presente o fizesse. Logo imaginei que aquilo seria motivo para os meus colegas tirarem conclusões. Precipitadas, por certo. Ou talvez, não de todo. Certamente podiam deduzir que havíamos estado juntos. A minha má disposição, os óculos escuros dela quando não estava tanto sol assim. Ecoou aos meus ouvidos um possível comentário.
   – O encalhado desencalhou! – seguido de uma sonora gargalhada.
   A verdade é que os meus colegas pouco sabiam sobre mim, e esse não saber dá hipótese a juízos nem sempre verdadeiros, justamente porque no trabalho é para trabalhar. Pagam-me para cumprir uma tarefa e essa, eu irei fazer sempre bem, é perante mim mesmo que assim devo agir. Não tolero o meu próprio erro, muito menos que me apontem falhas.
   Não sou encalhado como julgam, antes o fosse...
   Elisa não vinha sorridente, nem parecia bem-disposta.
   – Boa tarde, Santiago! – saudou educadamente, mas... não era o mesmo saudar de outros dias.
   – Boa tarde... – respondi e ainda antes de acrescentar o seu nome à minha saudação ela falou...
   Assim, sem mais nem menos.
   – O que é que se passou ontem à noite? – perguntou como se eu fora um suspeito, um criminoso. Como se aquilo fosse um interrogatório.
   Fiquei perplexo com a frontalidade, mas sobretudo com a frieza. E não podia ter aquela conversa com ela ali. Não podia. Não queria ter.
   – Como assim? – respondi enfrentando o olhar dela, não lhe podia permitir levantar sobre mim qualquer suspeita, pois eu nada havia feito de mal.
   Ela ficou a olhar-me.
   – Elisa, estou no meu local de trabalho... – disse olhando em volta, chegavam mais clientes e eu não queria passar para estes a noção de que ali estava a decorrer uma conversa do âmbito da minha vida privada – Podemos falar após eu sair? – propus ordeiramente.
   – Você não abusou de mim, pois não? – perguntou ela, como se não tivesse escutado o que lhe havia sido proposto.
   Não queria responder-lhe ali a mais perguntas, mas também tinha que marcar a minha posição e impedir aquele mau juízo a meu respeito.
   – Claro que não, Elisa! – exclamei surpreso – Jamais faria semelhante coisa, por quem me toma? – questionei-a um pouco alterado.
   – Está bem. – pareceu ligeiramente menos desconfiada ou então não esperava a veemência da minha resposta que era também pergunta – Sabe onde me encontrar... Até logo...
   Levantou-se e foi embora.
   Bebi um gole de água e atendi o cliente seguinte. Senti que um colega me olhava pelo canto do olho. Fiquei um pouco desiludido com ela.

* * *

   Confesso que não foi com muito agrado que fui em encontro dela.
   Para além de me ter ido confrontar no meu local de trabalho, senti que me julgara mal. Da primeira não gostei de todo e da segunda não lhe podia aceitar qualquer desconfiança sobre a minha índole.
   Quando cheguei perto da porta, tive o pressentimento de que esta estaria aberta, ou melhor, apenas no trinco e não errei.
   Abri e entrei.
   – Posso? – avisei da minha vinda.
   – Feche a porta. – disse a voz inconfundível de Elisa.
   Elisa estava só e ouvia-se piano. Fui ao seu encontro, ela estava atrás do balcão.
   – Acompanha-me num chá? – perguntou ela.
   – Sim, com todo o gosto... – aceitei.
   Enquanto preparava os nossos chás.
   – Queria pedir-lhe desculpa pela minha abordagem. – começou por dizer – Não tinha o direito de o interpelar como o fiz. – concluiu.
   – Não se preocupe, penso que ninguém deu conta, mas devo dizer-lhe que não gosto nada de ter conversas privadas durante o meu horário de trabalho, sou muito rígido nesse aspeto. – informei.
   – Claro que me preocupo e você tem toda a razão. – disse – Não era minha intenção trazer-lhe qualquer transtorno e muito menos prejudicar a minha e a sua imagem perante o seu Banco.
   – Está tudo bem, fique descansada. – sosseguei-a.
   De alguma forma estava a mentir, pois não me livrara de alguns comentários por parte de um ou outro colega. Embora nada de especial.
   – Vamos sentarmo-nos. – convidou ela.
   Assim fizemos.
   – Tomei a liberdade de escolher um chá para nos ajudar a recuperar. – informou ela.
   – Uma infusão quer você dizer. – disse para aliviar um pouco a tensão e para que ela percebesse que eu aprendera algo com ela, que dera importância a um reparo seu.
   – Isso mesmo! – disse ela. Mas não sorriu. No dia anterior ela teria sorrido.
   Já confortavelmente sentados.
   – Elisa, não abusei de si... – disse muito seriamente. Olhando-a.
   – Quero acreditar que sim, a minha intuição diz-me que você não o faria jamais. – começou por dizer – Mas eu não me lembro do momento em que você deixou a minha casa, não me lembro de ter ido para o quarto e acordei tapada por cobertores que nunca usei. – explicou.
   – Sim, Elisa, fui eu que a coloquei no quarto, que a descalcei e a tapei, mas em circunstância alguma abusei de si, pelo menos segunda a minha interpretação de abuso, não o fiz. – expliquei.
   – Espere. Vamos por partes... – como que pediu ela. Respirando fundo.
   – Que assim seja. – concordei.
   – Que se passou após voltarmos do terraço? – perguntou ela.
   – Você colocou música, presumo que Brain Crain, convidou-me para me sentar junto a si no sofá e pediu para deitar a sua cabeça sobre o meu ombro. – expliquei.
   – Eu fiz isso? – perguntou espantada.
   – Sim, depois de pedir, claro. – confirmei – E agora, vendo até onde a sua memória vai, eu podia ficar calado e não lhe dizer, mas para lhe provar a minha boa índole, vou contar-lhe o que não sabe. O que não recorda… – disse sem receio algum.
   Elisa ficou ainda mais atenta do que já estava.
   – Cada um de nós bebeu uma garrafa de vinho, eu, quando voltamos do terraço, tinha em mente despedir-me e ir embora, sentia-me completamente embriagado...
   – Eu também me sentia assim. – interrompeu ela.
   – Sim, você na altura o admitiu. – corroborei a sua afirmação – Aliás terá sido esse estado que lhe deu coragem para pedir o meu ombro. – coloquei a hipótese.
   – Não, se conscientemente quisesse o seu ombro, eu o tomaria sem pedir... – disse e esta era Elisa a voltar – Mas continuando...
   – Depois de nos sentarmos no sofá, você deitou a cabeça no meu ombro e pouco depois eu devo ter adormecido. – continuei – E agora, em absoluta boa fé, vou referir o único facto que não recordo como sucedeu. – fiz uma pausa. Olhei-a. Ela escutava mais atenta do que nunca.
   – Que facto? – perguntou curiosa, embora parecesse bem mais calma.
   – Eu acordei perto das 7h da manhã consigo a dormir a meu colo, literalmente a meu colo, envolta pelos meus braços... – conclui.
   – A sério? 7h da manhã? Nos seus braços? Dormimos juntos? – perguntou indignada.
   – Nem mais nem menos! – exclamei – Eu segurava-a em meus braços e não sei em que circunstância isso sucedeu. – abri por completo o meu coração – Não sei...
   Ficamos uns instantes em silêncio, bebendo o chá.
   – Como é que terei ido parar aos seus braços? – perguntou curiosa. Não a mim, mas para que algo lhe pudesse dar uma resposta.
   – Pois, sinceramente, não sei... – disse olhando-a bem nos olhos para que ela percebesse que eu dizia toda a verdade que conhecia – Depois, consigo ali nos braços, não fui capaz de a deixar pura e simplesmente ali e vir embora, você não dava sinais de vir a acordar em breve...
   – Levou-me ao colo para o quarto... – disse ela, adivinhando o passo seguinte – Abusamos do vinho – concluiu.
   – Pois, 750ml a cada um, volume de álcool 14%. – lembrei – Quantidade e qualidade não faltou... – conclui.
   – É Alentejano! Tenho ali mais... – informou ela parecendo recuperar algum do seu humor.
   – Não, muito obrigado! – disse sentindo ainda a má disposição.
   – Eu também não. – confessou – Ainda bem que só nos deu para dormir...
   Ouviu-se bater à porta. Ela ficou pensativa, parecendo tentar adivinhar quem poderia ser.
   – Ups! Os livros... – lembrou.
   Eu sorri perante a reação espontânea dela.
   – Eu também preciso ir. – disse.
   – Vá, não se atrase então. – disse Elisa.
   – Posso sair pelas traseiras, evito andar todo o quarteirão a pé. – pedi.
   – Sim, com certeza, faz favor... – autorizou.
   Despedimo-nos com um aperto de mão.


   Notas Finais
   Agradeço mais uma vez à minha amiga Ivone Moreira a paciência que tem para corrigir o que escrevo.


   Texto(s) Relacionado(s)
   - Apenas Elisa,
      publicado a 16 de Dezembro de 2012.
   - Chá com Elisa,
      publicado a 30 de Dezembro de 2012.
   - Um Vinho de Além Tejo,
      publicado a 11 de Janeiro de 2013.
   - Um Quadro Vivo,
      publicado a 20 de Janeiro de 2013.




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21 comentários:

  1. Só isto?
    Vou ter de esperar mais uma semana está-se mesmo a ver
    Continua a ser apelativo ler.....
    Beijinho :)

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    1. Bom dia Fernanda :)
      Sim, só isto, para já... Mas devo dizer que esta história está a ficar um caso sério, as ideia amontoam-se na minha cabeça e o fim para esta saga parece-me longínquo. Portanto, dentro de uma semana haverá novo capítulo.
      Apelativo é um termo que gostei de "ouvir" como caracterização deste texto.
      Obrigado pela fidelidade, por esperar ansiosamente pela meia-noite para ler o texto.
      Beijinho e um bom domingo ;)

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  2. "Despedimo-nos com um aperto de mão."... Esta despedida nem parece ser da Elisa a que já nos habituaste... esperemos então mais uma semana!
    Delicioso de se ler :D

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    1. De facto... devias ralhar com o autor ;)
      Não há direito de terminar assim o texto, de forma tão fria quando a expectativa estava tão alta pela beleza, sensualidade e humor cáustico da personagem Elisa.
      Bem, vê isso apenas como uma circunstância normal de um dia anormal na vida dos dois... Uma ressaca, ela a duvidar dos actos dele, ela há espera de alguém por causa de livros e ele com presa de ir sabe Deus onde. Mas a vida continua...
      Bem, há pouco li que estava apelativa esta história... Agora "escutei" o termo delicioso... Só posso estar motivado a escrever mais episódios.
      Beijinho e um bom domingo ;)

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  3. uhuuuuu, mais um Jerónimo... muito bem!!! Estas num ritmo incrível de produção. O mais interessante e isso não é de se espantar, a qualidade de teus escritos sempre foi de primeira e está cada vez melhor. Sua imaginação e criatividade somadas a forma peculiar com que distribui a sequência de acontecimentos e a leveza subtil com que descreves os detalhes é o ponto mor, na minha opinião, que nos faz viajar, personificar e dar vida ao que estamos lendo... Abraço!!!

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    1. Pois, mais um e já há outro pronto ;)
      Felizmente não me posso queixar da imaginação, tenho muitas ideia para próximos episódios.
      Muito obrigado pela tua fidelidade e pelos elogios.
      Bom fim de semana ;)

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  4. Gostei. Fiquei na expectativa. Que raio de mulher esquisita. Será um espírito que não ficou resolvido cá nesta outra vida?
    Aguardo mais...

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    1. Ficar na expectativa é bom, é sinal que está a gostar do que lê e tem interesse em o continuar a fazer... Obrigado ;)
      Elisa não é esquisita, acho eu, apenas ficou preocupada... Pelos visto não era sua hábito beber assim e ao não se lembrar de determinados factos ficou desconfiada... Mas parece-me que ele também não gostou muito da atitude dela. Enfim, nem tudo pode ser rosas...
      O próximo já está escrito ;)

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  5. Uma Elisa enigmática com avanços e recuos, emocionalmente desequilibrada. O que terá marcado o passado desta mulher? Mistério...

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    1. Dilia, siga o meu raciocínio ;)
      Quem está a contar esta história é um individuo chamado Santiago... Ele apenas pode falar de factos que vive, ouve e vê, ele não conhece Elisa por inteiro... Daí a noção de avanços e recuos. No entanto, para mim, dois passos para a frente e um para trás ainda é um avanço...
      Elisa não é desequilibrada, ela tem propósitos muito firmes na fase de vida que atravessa, talvez ela mesma não esperasse ver-se interessada por Santiago. Também me quer parecer que para este último envolver-se com alguém não fosse de todo uma prioridade... mas se calhar isso está a mudar ;)

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  6. Bem, já li mais esta página desta história que "não ata nem desata". É basicamente a síntese da ressaca no dia anterior, sem grande enredo na acção nem nas personagens. Verifica-se uma abordagem atrevida da nossa Elisa, perante a situação estranha que se viu quando acordou. Menino Jerónimo Pereira, exijo desenvolvimento na acção, está a ficar um pouco chato sem grande argumento, ok?
    De resto, mais uma vez está muito bem escrito, consegues atrair os leitores para esta história, apesar dos poucos avanços tem um fundo bom que merece ser mais bem aproveitado. Beijokas e muita inspiração.

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    1. Eu entendo que quem está desse lado queria saber onde isto vai dar, que esteja curioso(a), mas aqui para nós que ninguém nos "ouve", nem eu ainda sei onde isto irá dar ;)
      Com este texto, que de alguma forma é um nem "ata nem desata", quis travar algo que estava a ir muito depressa, no fundo dar-lhe mais alguma noção de realidade.
      Vamos esperar pelo próximo... Será que teremos avanço? Ou será que algumas perguntas vão ser respondidas? ;)

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    2. Isso é verdade, na vida real é tudo mais pausado, mas não te esqueças de saber cativar os leitores para não os deixares desmotivados. À que saber alimentar esse entusiasmo duma forma mais empolgante, mais interessante. Mas como a história ainda está muito verde, à que saber esperar e tenho a certeza de vir a adorar a tua inspiração. Força, muita luz!

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    3. As ideias tem surgido ultimamente com muita regularidade. Cada texto tem vindo a ser escrito sem esquecer os que o precedem, mas também a antever o que virá a seguir...
      A verdade é que eu precisava de ter um pequeno diferendo na narrativa justamente para colocar o principal enredo como que em "stand by", para assim justificar coisas que ainda não sabemos e que precisam ser contadas.
      Já falei um pouco demais... Aguardemos o próximo, vai hoje para correcção.
      Beijokas...

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    4. Ok migo, cá fico em "stand by" à espera do próximo capítulo. Jinhos.

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  7. Eu sei!
    - Disse ela ao autor do texto...a culpa só pode ser do bendito vinho Alentejano!
    Um rescaldo da forma mais controversa para uma futura visita à adega...não sei!
    -Digo eu, a leitora do teu texto :)
    Não deixes que a magia evapore como uma simples gota de álcool!

    Força!!!
    Beijinho da borboleta.

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    1. Deste lado está quem escreve, desse lado que lê... Entre nós há uma barreira, uma trincheira, se quiserem.
      Por isto há coisas que tenho pensadas, motivos, acções nas personagens agora para justificar outras acções mais à frente.
      Este texto é a constatação que o vinho era realmente bom, mas que ambos abusaram.
      A verdade é que não posso dizer toda a verdade. Agora! ;)

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  8. "Despedimos-nos com um aperto de mão"!!
    Aqui a ELISA fria, distante a que já nos habituamos...
    A que foi ao banco, reconsiderou e achou que não o devia ter feito...uma Elisa desconhecida, pois sempre achou que agiria à sua maneira.
    A que dormiu nos braços do Santiago pedindo isso devido a estar embriagada,é a mesma que disse que o teria feito sem pedir, caso estivesse sóbria...
    Elisa tem vários comportamentos, pois acho que colidem com o seu interior.
    Este texto foi mais uma narrativa da ressaca e os porquês dos acontecimentos, mas um livro é assim mesmo. Há que aceitar, mas eu gostava de mais desenvolvimento.
    Elisa é uma mulher carente sem o mostrar e demasiado marcada por factos passados, talvez no seio da família, porque não acho que fosse caso de amor.
    Fiquei em "banho-Maria", esperando rápida continuação, porque penso ao contrário de certos comentários...o não ter havido grande desenvolvimento cria ânsia de ler o próximo capitulo!!
    "TEMOS ESCRITOR, QUE NÃO SE PODE PERDER NUM BLOGUE"

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    1. "Despedimos-nos com um aperto de mão."
      Já referi num comentário anterior... Quem está a contar a história, até agora, é Santiago e este apenas nos pode dar a conhecer o que vive, escuta e vê.
      Elisa não estava mais fria... Apenas há factos que não se lembra e isso trouxe-lhe algum mau-estar. Agiu de forma impulsiva indo ter com ele ao lugar de trabalho e sem saber ela fez algo que ele abomina, ou seja, misturar vida privado com trabalho. Todos nós temos coisas muito próprias, Santiago tem esta. É rigoroso!
      Elisa é uma mulher sedutora, não precisa pedir, gosta de conquistar. Mas será que ele gosta? Ou melhor, estará ele preparado para uma mulher assim? Que lhe tira a última palavra? Que parece decidir por ele?...
      Elisa não está ali por acaso, está com um propósito muito sério e isso é o mais importante para ela. Ela sente que ele está ali, que não irá fugir, a sua principal preocupação é aquele estabelecimento aberto.
      Este capítulo/episódio termina banalmente, é um dia normal na vida de duas pessoas... Ela esperava ansiosamente uma encomenda, pode-se imaginar que a esperava há muito tempo, e ele tinha, sei lá, uma reunião de condomínio... É só um exemplo!

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  9. Só hoje resolvi ver o teu blogue amigo, esta história da Elisa me deixa... suspensa... Gosto de ler mas começar e acabar... Está fabulástica...

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    1. Obrigado Mila por me dedicar algum do seu tempo ;)
      Elisa revela-se por episódios, não dá ser de uma vez só... Mantenha-se por aí...

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     O vídeo que pode ver em baixo é uma curta-metragem chamado Cupidity (ou Cupido, em português).

     A história é sobre uma empregada de mesa apaixonada por um cliente, mas que ele nunca reparou nela. Ela canta no restaurante onde trabalha e todos a aplaudem... menos o cliente por quem ela está interessada.

     Até que ela percebe o real motivo do desinteresse e recebe a ajuda de um Cupido. Veja por si mesmo: clique no play e emocione-se.