Honrar o Passado


   Verdade seja dita, a minha mãe tinha tudo para não o ser, mas é... quis o destino que fosse.
   Desde sempre, ela nunca esteve muito presente, logo nunca a tive como referência e talvez por isso fiz o que fiz... Porque não a vejo como mãe, mas como uma pessoa qualquer, que me estava imposta pelos laços de sangue, vivíamos sobre o mesmo teto... mas não como mãe e filha.
   Quando criança, ainda que não me acarinhando, minha mãe como que me exibia, talvez como um troféu, porque a sociedade parecia pedir-lhe isso. Depois disso, o abandono foi quase completo.
   Talvez por isso fiz o que fiz... e porque tenho um pouco dela, o feitiço como que se voltou contra a feiticeira. Por certo para mal dos seus pecados.

* * *

   – Ainda bem que essa se foi, já não estava cá a fazer nada... – disse minha mãe.
   – Essa!? – exclamei incrédula.
   – Sim, essa coisa que teu pai sempre protegeu... – continuou plenamente convicta do que dizia.
   – Essa coisa!? – exclamei, já não só incrédula como também furiosa.
   – Pois, ela também deve ter andado metida debaixo dele... – pareceu fazer uma ligeira pausa para continuar a dizer os seus convictos devaneios, mas eu não lhe iria permitir nem mais uma palavra sobre Cesária.
   Enquanto ela proferia a última frase, baixei ligeiramente o rosto e uma raiva imensa, acumulada ao longo dos anos, dos meus anos de vida, tantos quantos aquela mãe tinha de ausência, era agora dona de mim... Fora Cesária a dar-me os afetos que a ela lhe eram devidos.
   Aquela raiva nascida num coração ferido por tão injustas palavras, era agora parte de sangue que me corria pelas veias, era força em todos os músculos e estes ficaram num instante mais oxigenados que nunca.
   Esbofeteei-a... uma, duas vezes, até que alguém me segurou, teria continuado... Ela jazia agora no chão, de rosto quase colado a ele.
   Pedi que me largassem e assim fizeram.
   Esperei ela levantar-se. Recuperar a sua pose altiva, aquela que sempre lhe vira, como se fosse a mais nobre das senhoras. Ou um ser superior.
   – E agora, se alguma vergonha tem na cara, pegue nas suas coisas e saia daqui para fora... – disse sem por ela sentir qualquer sentimento. A raiva fora despejada nas bofetadas que lhe dera e amor de filha para com sua mãe eu nunca tivera. Tinha sim, por Cesária.
   – Esta casa também é minha. – ousou ela dizer.
   – Como? – perguntei, ela olhava altiva, não descia à realidade – Esta casa é minha e dos meus irmãos, quando a senhora para aqui veio, já estava comprada e paga. O seu casamento fala em comunhão de adquiridos.
   Ela nada disse. Ficou ali na minha frente. Não descia do seu pedestal.
   – Tem 24 horas para tirar as suas coisas desta casa. – disse-lhe por fim.
   E esta foi a última vez que vi a minha mãe biológica. Para mim ela morreu.

* * *

   A minha mãe tinha tudo para não o ser, mas não a culpo do que quer seja, cada um é como é, e ela jamais gorou as minhas espectativas porque nunca as tive. Pelo que me foi dito, ela abandonou-me logo à nascença, não tinha leite para me amamentar e até depressão pós-parto teve. À medida que se foi reestabelecendo, a sua principal preocupação era recuperar o corpo esbelto que perdera, culpava-me certamente disso. Não devemos alicerçar a nossa felicidade nos outros e muito menos em quem não nos desejou... Ou melhor, desejar ela até me desejou, mas não pelos devidos motivos.
   A minha sorte foi ter um pai que era o melhor ser humano que alguma vez irei conhecer e a ajudá-lo a Cesária. Ela, sim, foi a minha mãe... porque mãe é aquela que dá afetos, o mais natural é quem nos gerou nos dar esses afetos, mas eu não tive essa sorte. Cesária com gosto a minha mãe, sem coisa alguma lhe ser pedida ou exigida. Ela chamava-me com regularidade minha filha, fazia-o porque é normal uma pessoa da idade dela assim chamar a alguém que viu nascer... a quem trocou fraldas, a quem carregou ao colo, a quem amparou na doença... Enfim, tudo aquilo que a minha verdadeira mãe nunca fez. Essa preferia a luzes da ribalta da sociedade burguesa, cheia de glamour, mas também de falsidade e intriga.
   A minha mãe apenas se casou com meu pai por interesse, pelo dinheiro, conforto e status que este lhe podia trazer. Literalmente seduziu e engravidou de forma não planeada, muito embora fosse desejo de meu pai ter mais filhos. Dela recebi as parecenças, a pose, o glamour que dizem que tenho, que qualquer trapo em mim parece uma peça de alta-costura. E verdade seja dita, minha mãe é uma mulher que apesar da idade, mantém uma imagem e uma forma imaculada. Do meu pai herdei, felizmente, a personalidade e os gostos.
   Aos 28 anos, não tenho pai nem mãe. Meu pai faleceu, minha mãe, que nunca o foi, morreu para mim apesar de ainda continuar viva. Não sinto culpa, não me envergonho do que fiz, deixei de ter qualquer sentimento por ela. Estou-lhe grata pela vida que me deu, mas em contrapartida, como nunca ela honrou a responsabilidade de ma ter dado, até essa gratidão perdeu sentido. Portanto, não me resta por ela qualquer sentimento, nem me dói a inexistência desses sentimentos. Dói sim o vazio de me sentir órfã, pois sou ainda tão jovem.
   A minha vida desmoronou nos últimos anos, as bofetadas na minha mãe foram apenas o que faltava para começar algo novo, honrando a herança moral e financeira que me deixara meu pai.
   Jamais fui ingrata, jamais o conto ser, e não posso deixar de referir que sem os traços de alguma frieza, determinação, compartimentalização de sentimentos, que me deixou minha mãe nos genes, não seria possível ultrapassar tudo isto como o fiz.
   Primeiro foi o meu pai a deixar-nos. Claro que foi doloroso, mas devido à sua idade já avançada e à doença de que padecia, foi uma coisa esperada. Estávamos mentalizados para isso. Há poucos meses foi a Cesária a partir, fora empregada lá em casa toda a sua vida, quando meu pai morreu ela ficou aterrorizada. Pensou que a minha mãe a mandasse embora e isso tirava-lhe clarividência para perspetivar que eu iria sempre em seu socorro.
   Sinceramente acho que minha mãe queria ver-se livre dela, mas antes que isso pudesse suceder, eu e os meus irmãos fizemos o que devia ser feito e a ela nada mais lhe restou que engolir em seco e acatar a decisão da maioria.
   O que decidi fazer, apoiada inteiramente pelos meus irmãos, frutos do primeiro casamento de meu pai, foi dar menos horas de trabalho à Cesária, comprar-lhe uma casa mais perto da nossa. Em suma, quisemos dar-lhe melhor qualidade de vida, gostaríamos muito de a reformar em termos práticos, mas isso seria como que matá-la prematuramente, a vida dela era aquela casa, as pessoas que ali viviam.
   Cesária era a paz em pessoa, estava sempre disponível para ajudar, só olhava para si quando já não havia mais ninguém por quem olhar. Foi ela que cuidou de mim, que trocou as minhas fraldas, que me embalava, que aturava as minhas birras e que tratou de mim quando adoecia. Nunca senti falta da minha mãe de sangue, nunca me faltou o afeto de uma mãe. Cesária era a minha mãe, não a verdadeira mas a de verdade... E lamento tanto não lhe ter dito isso, olhando-a bem fundo nos olhos, para que não duvidasse o mínimo que fosse. Ela faleceu como eu um dia gostava de falecer, se possível fosse escolher, durante o sono. Sem dor nem sofrimento.
   Os meus irmãos vivem no estrangeiro. Ambos são muito inteligentes e constituíram as suas vidas fora de Portugal. Assim que os informei que Cesária havia morrido, no dia seguinte eles estavam cá com toda a sua família e isso comoveu-me como mais nada mais me comoveu até hoje, excetuando, como facilmente se pode deduzir, a morte de nosso pai e a da minha mãe de verdade. Ela fora importante para eles, mas eles tiveram a sorte de ter uma mãe a tempo inteiro, muito presente... enfim, uma verdadeira mãe... Mas para mim Cesária era o que fora para eles e também a mãe afetiva. Senti que vieram por ela, mas também por mim e pela dor que a partida dela me trouxe.
   Quando a lembro, lembro os momentos em que me juntava a ela na cozinha, para a ajudar, para com ela tomar chá. Ela tinha sempre uma grande panóplia de ervas lá em casa e quando alguém dizia que não se sentia muito bem, lá a Cesária trazia um dos seus chás.
   Ah! Uma coisa muito engraçada que contava meu pai vezes sem conta.
   Foi ela que detetou, se assim se pode dizer, não o meu talento para tocar piano, mas foi sim quem primeiro reparou na estupefação com que eu ficava a olhar a televisão quando havia um piano a tocar. Verificou que aquele som como que acalmava o meu humor.
   Um dia ela chamou o meu pai. Ambos não se cansavam de contar isto às pessoas quando alguém mostrava surpresa por eu tocar piano.
   – Senhor! – era assim que ela tratava o meu pai, apesar de ser pouco mais nova que ele – Olhe a menina...
   – Continua com a birra da manhã? – perguntou ele.
   – Não, senhor, há uma hora que não se mexe dali. – informou ela.
   – Uma hora! Só pode estar doente! – exclamou ele – Ela nunca está sossegada mais de 10 minutos. – disse surpreso.
   – Senhor, chame por ela... – lançou Cesária o repto.
   Ao que parece ele chamou uma, duas e só à terceira vez, justamente quando ele quase gritou, eu terei respondido.
   – Pouco barulho. – ordenei eu.
   Meu pai ficou a olhar Cesária e nessa mesma tarde procurou saber onde me podia levar e colocar para aprender a tocar piano. A partir daí foi tudo muito rápido. Comecei a ter aulas passado pouco tempo.
   Os feedbacks que foram dando a meu pai, minha mãe nunca estava, era que eu não era nem um talento, nem um prodígio, mas que gostava, amava aquele instrumento e que o que me faltava de inato era compensado por uma extraordinária capacidade de aprender e trabalhar. Quando falavam que eu era muito disciplinada, quem melhor se portava nas aulas, meu pai achava que eu sofrera uma qualquer metamorfose. Gosto de ouvir e tocar piano, mas nunca foi minha intenção ser uma artista. Como tenho por hábito dizer, toco para consumo próprio e pouco mais.
   Cesária dizia que eu tocava muito bem, eu podia até estar a tocar desafinada, mas para ela tudo o que eu tocava era maravilhoso. Era tão querida... Sinto tanto a sua falta.
   – A menina é a melhor pianista do mundo. – dizia ela.
   Tenho a certeza que ela acreditava piamente no que dizia porque me amava de forma incondicional, sem o dever, e por isso tudo o que eu fazia era bem feito e uma dádiva.
   Só as idas ao Alentejo, às vinhas que o meu pai ainda lá mantinha, tradição de família, é que me tiravam de perto do piano que ele me comprou pouco depois de eu ter começado a aprender. Minha mãe nunca disse nada, exceto que “aquilo” – o piano – ocupava muito espaço. Então o meu pai dizia ao meu ouvido.
   – Não lhe ligues... Ela não sabe o que diz.
   Ele dizia aquilo a sorrir, em profunda cumplicidade.
   Meu pai apercebera-se de quem era a minha mãe, uma espécie de parasita, os meus irmãos nunca foram com a cara dela, nem ela com a deles... Isso mesmo: amor mútuo... mas ao contrário.
   Minha mãe julgava-se muito esperta com o golpe que dera. E o meu pai passou a sentir pena dela… afinal, se a largasse seria uma pobre coitada. Literalmente aceitou-a como ela era e não se lastimava... Acho que via isso como uma espécie de preço que tinha que pagar pelo desejo concretizado de voltar a ser pai com idade para ser avô. Meu pai era o melhor ser humano que alguma vez irei conhecer. Ele deixou-a ter a sua vida de conto de fadas e se ela tiver cabeça terá uma boa vida até final dos seus dias.
   Hoje estou convicta que meu pai previu tudo, terá imaginado que mais cedo ou mais tarde. Cesária seria o ponto de rotura entre mim e a minha mãe. Ele sabia que, em última instância, eu escolheria os afetos em detrimento do sangue, da herança biológica.

* * *

   Com a morte de meu pai, de Cesária e a expulsão de minha mãe... Aquela casa ficou vazia. As recordações eram boas mas dolorosas de recordar, vinham a todo o instante, a cada passo... Tinha que sair dali...
   Tinha que encontrar algo para começar de novo honrando o passado.


   Notas Finais
   Agradeço mais uma vez à minha amiga Ivone Moreira a paciência que tem para corrigir o que escrevo.


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12 comentários:

  1. Já li... amei e estou sem palavras para descrever!!! Beijinho e boa noite :)

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    1. Bom dia Fernanda ;)
      Obrigado, talvez mais tarde surjam as palavras que agora faltaram.
      Beijinho

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  2. Gostei muito do texto, foi esclarecedor quanto à mudança de ares de Elisa! Anseio pelas cenas dos próximos capítulos.

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    1. Muito obrigado Patrícia ;)
      Bem, agora que já sabemos os motivos que a levaram a mudar de vida, resta saber como ela chegou ao concretizar dos seus anseios de "Honrar o Passado"
      Já estou a escrever a continuação...

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  3. Para todos os comportamentos e atitudes há uma razão, razões que muitas vezes não são entendidas pelos outros. A Elisa, apesar de distante e demonstrar frieza nas suas atitudes e sentimentos sabe fazer a distinção entre progenitora e mãe, entre quem lhe deu o sopro da vida e quem a preparou para a vida ensinando-a a respirar. Acho que é uma criatura que tem muito para nos mostrar e surpreender. Não consigo no entanto deixar de pensar no Santiago...pobre candidato a mártir... Mas pronto, tu é que sabes o fim que lhes está destinado.
    Quanto á tua escrita... continuo a achar uma delicia. :)

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    1. Interessante Maria, o teu comentário faz-me pensar em muita coisa e importa de alguma forma reflectir sobre o meu processo de criação desta história.
      Definitivamente é a escrever na primeira pessoa que melhor me sinto e isso traz naturalmente a visão particular a pessoa por quem falo. Isso deixa partes da história ocultas, sem justificações ou respostas. Ao escrever este texto quis responder à pergunta "Porque mudou Elisa de vida?"... e assim dei voz a Elisa. A pergunta que se segue é "Mas como chegou ela aquele lugar?".
      Pode pensar-se que eu já sei toda a história de Elisa e Santiago, mas tal não é verdade. As ideias irão surgindo.
      Todas as pessoas que vêem acompanhando esta narrativa possuem a expectativa que eles terminei juntos... mas não pode ser claramente assim, a vida não é assim directa. Há passado, há obstáculos, há diferenças entre as pessoas...
      Obrigado pelo elogio à minha escrita :)

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  4. Pois, amigo Jerónimo, mais um que chega, já trazendo a ansiedade do próximo, que sei já tem data e hora de chegada... A Saga de Elisa, tão pouco possamos esperar se torne um ROMANCE, um belíssima obra de tuas andanças literárias. Como os demais, este traz a pureza na narrativa, descrições vividas e que a nós leitores nitidamente nos impele a viajar na historia e quase a personificar, como se estivéssemos a encenar uma peça teatral ao vivo... continues, criando, se inspirando e inspirando a vida, a alma e os corações das pessoas. Na vida tudo eh uma troca, aprendemos dos dois lados... Abraço, sucesso sempre...

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    1. Muito Obrigado Zilmara por todo o apoio...
      Penso que o mérito da minha escrita está em ser simples e acessível porque não sou propriamente muito culto a nível vocabular. Gosto da emoções e essas não precisam de palavras caras para serem relatadas.
      Beijos e abraços...

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  5. É complicado comentar, algo que eu previa…
    O comportamento da Elisa, tinha algo a ver com a família…neste caso a mãe, que somente serviu para a carregar no ventre e parir! Uma mulher supérflua e oportunista!
    Elisa rejeitada, mas amada pelo pai e pela Cesária, fez dela uma pessoa amorosa, mas no fundo carente e um pouco revoltada…o seu porte imponente herdou-o da mãe, mas é muito diferente desta, nos sentimentos que possui.
    Estará Santiago preparado, para tal modo de ser?
    E, porque não, vir a descobrir que pode ser irmão de Elisa?
    O modo como as pessoas demonstram os seus sentimentos, tem sempre algo por trás.
    Em vez de romance, podemos estar perante um drama!
    Amei o que li e voltou a deixar-me com o “sabor do crepe que me foi retirado”!
    Vou ter que esperar muito pelo próximo “capítulo”??
    Parabéns Jerónimo, pela bela escrita e imaginação…está empolgante!

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    1. É oportuna a pergunta:
      "Estará Santiago preparado, para tal modo de ser?"
      Eu apenas faço a pergunta: "Estará Santiago preparado?". Sou ainda mais abrangente ao reduzir a pergunta. Ela tinha um motivo para mudar de vida... Terá Santiago um motivo para assim agir?
      Santiago não é irmão de Elisa, estou em condições de o afirmar com absoluta certeza.
      Não vou dizer que estamos perante um drama, mas há pequenos dramas nesta história, há vivências que marcaram as principais personagens... Houve um encontro, pode haver desencontro, precaução, obstáculos, a vida é assim mesmo...

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  6. Pronto, a leitura está feita, e quero-te já dizer que está a ficar muito interessante. Narra um pouco a verdadeira história de Elisa, uma mulher que, apesar de nunca ter recebido grande apoio e mimo da mãe biológica, sempre teve amor e atenção por parte de outras pessoas que fizeram dela, uma grande mulher. Construiu a sua vida num mundo à parte da sua mãe, onde criou laços de amizade sólida por quem não lhe predestinava. Pela sua trajectória, não me parece que seja uma pessoa carente ou infeliz, ignorou a presença da mãe e tentou ser feliz com as pessoas que a amaram, pois não é o sangue que liga as pessoas umas ás outras mas sim a construção de um amor que desde muito cedo se fazia notar pela sua grandiosidade.
    "Honrar o Passado" não me parece que seja adequado à história, pois tudo aquilo que conseguiu foi graças à herança do pai que mudou de vida. Estou a gostar imenso desta história, continua com o teu jeitinho de nos entusiasmar a querer ler mais e mais deste conto que tem tudo para nos fascinar. Muita inspiração para o próximo, beijokas.

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    1. Obrigado mais uma vez por continuares a seguir os meus textos e designadamente a história de Santiago e Elisa.
      Ao falar dos afectos que Elisa recebeu quis passar a ideia de que por vezes os laços de sangue nada valem, mãe e pai é quem cuida, educa e prepara para a vida... não quem coloca no mundo! Essa é a parte mais fácil...
      Penso que Elisa não é carente e infeliz, no entanto quer-me parecer que ela ainda não viveu um grande amor ;)
      O titulo "Honrar o Passado" vem na sequência da procura que ela decide fazer para honrar o pai e a mãe de verdade. Colocar títulos acredita que por vezes é tarefa muito ingrata.
      Beijinhos

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     O vídeo que pode ver em baixo é uma curta-metragem chamado Cupidity (ou Cupido, em português).

     A história é sobre uma empregada de mesa apaixonada por um cliente, mas que ele nunca reparou nela. Ela canta no restaurante onde trabalha e todos a aplaudem... menos o cliente por quem ela está interessada.

     Até que ela percebe o real motivo do desinteresse e recebe a ajuda de um Cupido. Veja por si mesmo: clique no play e emocione-se.