Tocar na Ferida


   Ali estava eu, deixara-me levar pelo que quer que fosse, e naquele instante em que a minha dor voltara com a intensidade de um toque numa ferida ainda por cicatrizar, minhas lágrimas secavam naquele ombro inesperado e eu não sabia como sair dali. Então fiquei. Fiquei uns bons minutos.
   A dor sobre a ferida tocada não passa, como que se esquece a espaços, mas é como uma sombra, andará sempre por aí. Elisa não podia imaginar o que aquelas perguntas em mim causariam, nem eu mesmo, foi como descer abruptamente à minha realidade.
   Eu havia-me deixado levar por chegada de Elisa. O que quer que fosse era uma oportunidade e, mais cedo ou mais tarde, eu teria de falar, de ser confrontado com a minha realidade... Falar do que me magoa, do que me matou sem me matar para a vida, sem me levar deste mundo. Teria que falar que fugi de onde fui feliz, muito feliz. Mas um dia tudo se precipitou para o fim e nada pude fazer, ninguém pude fazer o que quer que fosse.
   Foi aí que morri antes de morrer.

* * *

   Eu estava absolutamente estupefacta. Sem saber o que fazer.
   Por isso esperei. Ele não podia ficar assim eternamente. Teria que ser algo grave o que estava por trás daquele seu estado. Tudo, e nada, me passou pela cabeça... mas acima de tudo, aí estava a prova, a minha intuição não falhara... Santiago, tinha por certo uma razão para ser como era, como vinha sendo e ele não sairia dali sem me dar uma explicação, demorasse o tempo que demorasse. O que quer que fosse, faria-lhe bem falar, deitar para fora.
   Finalmente ele levantou o rosto.
   – Desculpe. – disse envergonhado.
   Apesar de não me fazer sentido qualquer pedido de desculpas, não podia ser mordaz, ele estava fragilizado. A precisar de apoio. Ele, naquele estado, despertava em mim toda a bondade que me pai me deixara como herança genética.
   Dei-lhe um beijo na testa. As mãos dele saíram do seu próprio rosto e as minhas tomaram o lugar deixado vago. Seus olhos brilhavam vestidos de dor. O que é que eu podia fazer?... Perguntava-me eu no silêncio que se havia instalado.
   – Não devia... – quase soluçou ele.
   – O que é que não devia? – perguntei.
   – Não devia... – repetiu. Segurei-lhe o rosto com um pouco mais de força, em sinal que queria uma outra resposta.
   – Não devia estar aqui, não consigo... – começou por dizer – Tenho que ir embora...
   Tinha que me impor. Senti que era o que devia ser feito, sobretudo porque tinha que ajudar aquele homem, naquele instante. Não era um homem qualquer, era alguém que mexia comigo, que trouxera aos poucos para a minha vida, que estava na minha casa...
   – Vai embora depois de se recompor e, escute bem: depois de partilhar comigo o que está na origem deste seu estado. – disse com muita convicção, a mesma de quem dá uma ordem que terá que ser cumprida.
   Não foi avante com a ideia de ir embora. Olhava-me fixamente.
   Senti que ele não tinha como que forças para dali sair, que chegara a um ponto em que nada mais lhe restava senão falar, desabafar. O que quer que estivesse na origem daquela sua reação, parecia ter chegado ao seu limite. Era agora ou nunca. Não sei explicar, senti que era a pessoa certa para Santiago falar. Senti essa responsabilidade.

* * *

   De repente vi-me num beco sem saída, onde o próprio beco era a saída. Não era voltar para trás. Chegara ao fim da linha. Sozinho não era capaz. Precisava, como sempre me haviam dito, de pedir ajuda, de continuar a viver, que não bastava ter fugido e não mais voltado ao lugar onde fora feliz toda a vida, exceto no último mês em que lá vivera.
   Elisa olhava-me com um olhar que me invadia, que me interrogava, mas que queria o meu bem e para meu bem, eu tinha que falar, não podia mais esconder-me da vida, de continuar a viver como uma espécie de ser programado.
   Ela tirou as mãos do meu rosto e levantámo-nos.
   – Vamos fazer mais chá e conversar com calma no terraço. – ordenou ela. Era uma ordem, era uma direção, porque eu tinha que de uma vez por todas deixar-me guiar. Pelo menos, desabafar com alguém.
   Fomos de novo para a cozinha. Ela foi fazer mais chá, eu fiquei calado a olhar pela janela e depois de feito o chá lá fomos para o terraço. Sentámo-nos numa espécie de banco de jardim que lá havia.
   – Quer que eu faça as perguntas ou você conta a sua história? – perguntou Elisa e eu não tinha como voltar atrás.
   – Eu conto. – disse – Não, não tenho filhos...

* * *

   Há 3 anos atrás a minha vida era o final de um filme que acabou bem. Mas a vida não é um filme, nós não decidimos como fazem os argumentistas e os realizadores, não há o foram felizes para sempre.
   Nasci no seio de uma família simples, sou filho único. Ela, também, mas nasceu escassos meses depois de mim. Desde pequenos que a vida de um era a vida do outro, quando nossos pais iam trabalhar, nós ficávamos ao encargo da mesma senhora. Foi assim até aos 6 anos de idade. Os adultos brincavam, perguntavam se eramos namorados. Eu timidamente, dizem, respondia sim. Ela não dizia sim, era como se fosse desde sempre um dado adquirido... Respondia:
   – Santi. – dizia ela com convicção, mesmo não sabendo dizer todo o meu nome e quando eu estava perto, dava-me um beijo.
   Santi ficou como o nome que ela sempre me haveria de chamar.
   Pouco depois de entrarmos para a primária... Onde partilhávamos, tal como a vida até aí, a mesma carteira de escola... Laura partiu! O pai arranjara um trabalho melhor, mas bem longe dali, do lugar onde havíamos nascido. Laura e eu. Os pais dela prometeram voltar, visitar os meus, trazer sempre Laura, mas a vida não é sempre como se deseja e promessas há que não se cumprem. Eles não mais voltaram... durante anos...
   Dizem que chorei muito com a partida dela, que fiquei um miúdo muito mais calado e triste. Hoje talvez possa dizer que foi um desgosto de amor o que senti. Mais tarde soube que para além de questões laborais, haviam também desavenças familiares a justificar a partida de Laura e seus pais.
   Com os anos a passar eu esqueci, ou ter-me-ei habituado a viver sem ela, mas não era a mesma criança que fora até aos 6 anos. Os meus pais defendiam muito esta ideia, diziam que era como se eu tivesse perdido uma irmã. Habituei-me a viver sem ela, mas havia uma foto lá em casa, a preto e branco, acastanhada pelo passar dos anos, que era como que era para que a minha memória não a apagasse para sempre.
   Fui para a secundária...
   Tinha feito 15 anos, aí frequentar o 10ºAno de Escolaridade, havia até aí sido não um dos melhores alunos, mas era esforçado, saia-me bem desde que estudasse com regularidade... e um dia a minha mãe veio com a notícia.
   – Santiago, lembras-te da Laura, dos pais dela? – perguntou.
   – Sim, lembro, vagamente... – recordei – Lembro-a da foto que você tem no mesmo lugar da casa de jantar há muito tempo, desde sempre.
   – Vão voltar. – informou minha mãe.
   – Voltar!? – exclamei interrogativo, sem perceber porque haveriam de estar de volta.
   – Ao que parece o pai dela teve um acidente há uns anos, teve que se reformar prematuramente e vão voltar para cá. – completou minha mãe a informação.
   – E vão morar onde? – perguntei curioso.
   – Na casa que era dos pais da mãe de Laura. – disse minha mãe.
   Essa casa que falava minha mãe estava desabitada fazia 1 ou 2 anos na altura, os avós maternos de Laura haviam já falecido. Precisava de algumas obras... e o mais relevante no meio disto tudo: era bem na frente da casa de meus pais, da minha casa.
   Vieram camionetas para levar e trazer coisas para a casa. Mas nada de Laura ou dos pais desta. Estava curioso, mas nada de mais, a memória sobre ela era vaga. Só havia a dita foto, a lembrança ténue dela a meu lado naquela carteira de escola primária que entretanto começara a cair aos bocados, abandonada, quase totalmente estava devido à falta de crianças na aldeia.
   Mas um dia, princípios de Setembro, Laura veio...
   E digam o que disserem, acreditem ou não, foi amor à primeira vista, não sei o que se passou em mim... Sei que ao vê-la, soube que era ela, sai de casa quase atropelando a minha mãe e a dizer:
   – A Laura chegou, a Laura voltou...
   A minha mãe diz que eu parecia possuído.
   Ela estava com os pais, mas eu não os vi, só a via a ela, via nela a imagem da menina da foto, aquela que eu procurava porque esta insistia em esconder-se atrás de uma árvore. Fora esse, o momento, que alguém eternizara naquele imagem que me manteve ligado a ela.
   – Laura. – chamei ao chegar perto. Ela voltou-se.
   – Santi. – disse ela. Mais ninguém assim me chamava. Ela não me esquecera. Senti-me tão feliz naquele instante.
   Ficámos ali a olhar-nos, não sabíamos o que fazer a seguir, não sabíamos o que era aquilo que nos estava a tomar. Ou talvez até soubéssemos. Desde sempre. Haviam passado 9 anos, mas havia nos seus 15 anos a Laura que partira com 6 anos, que fora arrancada daquela carteira que partilhávamos, que fora arrancada de mim.
   – Santi. – disse ela de novo e... beijou-me.
   Naquele instante, naquele beijo, aqueles 9 anos de separação deixaram de existir, hoje é quase como se não os lembrasse, foram os primeiros anos em que morri antes de morrer. Tenho 33 anos e levo 12 anos sem ter vida, 12 anos sem ter Laura a meu lado.
   Apaixonámo-nos naquele instante. A mãe dela chora cada vez que lembra, que relata esse instante. Das últimas vezes que a vi, que estive com ela, chorava compulsivamente assim que me via... Abraçava-se a mim. Tive que partir. Não podia mais viver onde fora tão feliz e onde não podia mais viver pois cada recordação era um alimentar da dor, era golpe de faca sobre ferida já aberta. Pensei que iria enlouquecer.
   Fomos os dois para a mesma escola secundária.
   Andávamos sempre juntos. Apesar de estudarmos em áreas diferentes, tivemos a sorte de ter algumas disciplinas em comum e aí, claro está, voltámos a partilhar a mesma carteira. A nossa cumplicidade era extrema, a todos os níveis.
   Terminada a secundária, era tempo da universidade. Nossos pais haviam andado uma vida toda a poupar para nos dar o melhor. Escolhemos ir para a mesma cidade. Não nos passava pela cabeça separarmo-nos. Isso não era sequer colocado como hipótese. Conseguimos entrar para os cursos que havíamos escolhido, tudo corria bem...
   Dissemos aos nossos pais que queríamos viver juntos durante o tempo que estivéssemos na faculdade, que por certo até lhes ficaria mais barato se assim fosse. Eles adoravam o nosso namoro, mas não gostaram nada dessa ideia. Nós sabíamos que por si mesmo eles não se importavam. O problema deles era o que as outras pessoas iriam dizer. Que alguém podia dizer que era uma vergonha porque nós não éramos casados... penso que foi minha mãe que disse isto num jantar conjunto lá em casa.
   O que é que a minha mãe foi dizer?!
   – Mas isso não é problema, nós casamos, o que é que é preciso? – perguntou Laura de imediato. Nossos pais ficaram a olhá-la quase incrédulos, eu sorri, era o que eu mais queria e assim foi.
   Com 18 anos, eu e Laura, estávamos casados, a viver juntos. Lembro de Laura contar que a mãe tivera uma conversa muito séria como ela sobre sexo, presumindo que nós ainda eramos virgens. Claro que Laura não se denunciou, fez o seu papel de boa e interessada ouvinte, aprendiz...
   Anos mais tarde a minha mãe brincava com a ingenuidade da minha sogra, isto porque uma vez ao arrumar roupa minha encontrou preservativos numa das gavetas da minha mesinha de cabeceira, mas nada comentara. Meu pai e meu sogro riam que se partiam. Meu pai contara-me até para onde ia com a minha mãe quando eram novos.
   Claro que eu e Laura lembrávamos...
   – Tanta preocupação quando nós decidimos viver juntos e afinal vocês foram tão ou até mais desavergonhados que nós.
   – Faz o que eu diga não faças o que eu faço. – dizia meu pai quase a rir.
   Era maravilhoso viver com Laura, dávamo-nos às mil maravilhas. Terminámos os cursos sem chumbar, eu formei-me em Gestão, ela escolheu ser Educadora de Infância. Tivemos sorte, mal terminamos os nossos cursos tivemos trabalho. Eu fui estagiar para o Banco onde ainda hoje estou e ela num Jardim de Infância não muito longe de onde eu trabalhava na altura.
   Decidimos não ter filhos de imediato, não porque não os desejássemos, mas sim porque queríamos fazer algumas viagens juntos e era mais prático fazê-lo sem crianças. Nossos pais torceram o nariz, queriam netos. Decidimos ter filhos, 2 no máximo, aos 30 anos.
   Laura engravidou tinha 29 anos... Engravidámos, gostava eu de dizer quando dava as notícias às pessoas. Ela dizia que às vezes eu parecia mais grávido que ela. Foi uma notícia recebida com muita alegria por todos, muito desejada pelos futuros avós. Mas, naturalmente, os mais felizes eramos nós... eu e Laura! Era um filho muito desejado por nós. Tínhamos uma vida feliz e estável, tínhamos o nosso lar, vivíamos juntos há 10 anos, havíamos feito as nossas viagens a dois e chegara a hora de partilhar os nossos dias, a nossa vida com um ser gerado por nós. Filho do amor que nos unia desde de sempre.
   Com 5 meses de gravidez, ou talvez um pouco menos, soubemos que iria ser um rapaz. Decidimos que se iria chamar António Manuel, reunião dos nomes dos dois avôs, o que os deixou muito emocionados e orgulhosos.
   Poucos dias depois de termos comunicado o sexo da criança e o respetivo nome, tudo se precipitou no abismo.
   Já estava no Banco quando me ligaram... Laura dera entrada nas urgências do Hospital. Falaram-me em convulsões. Saí a correr. Quando lá cheguei as notícias eram muito vagas, mas pelas caras e parcas palavras das pessoas com quem falei, senti que algo de muito grave se passava. Minha sogra, que por acaso, tinha vindo visitar-nos nesse dia e estava com Laura quando tudo sucedeu.
   – Ela começou com muitas tonturas, a dizer que não estava a passar bem... – dizia ela mas não sendo capaz de continuar. Estava em choque.
   Não mais saímos do Hospital. Chegaram meus pais, meu sogro... e com o cair da noite ainda não havia novidades, nem boas nem más, e só o facto de não haver, já era sinal que nada havia melhorado. Estamos todos apreensivos, em quase silêncio absoluto, horas que pareciam dias.
   Até à hora de jantar, que ninguém havia de comer, porque faltava apetite ainda não havia notícias. Eu apenas havia tomado pequeno-almoço... com Laura. Despedira-me dela com um beijo nos lábios seguido de um outro na testa, ritual que cumpria todos os dias. Ela estava bem, parecia-me bem. Vi que sorria quando a vi pela última vez.
   Até que, perto das 21h, depois do jantar que ninguém comera.
   – Quem é o marido de Laura Maria? – perguntou um médico.
   Aproximei-me, sem nada dizer, sentindo as pernas trémulas.
   – Vai precisar ser muito forte, vão todos... – começou por dizer olhando à sua volta – A sua esposa, sem que antes o pudéssemos prever, chegou-nos aqui hoje com fortes convulsões. Tentámos como todos os nossos meios materiais e humanos reverter a situação mas foi impossível salvar quer a mãe quer a criança. – finalizou.
   Caí de joelhos sobre o chão. Foi aí que morri, até hoje, até agora.
   Eclampsia, foi o que levou Laura e o nosso filho António Manuel.


   Notas Finais
   Agradeço mais uma vez à minha amiga Ivone Moreira a paciência que tem para corrigir o que escrevo.
   Quero ainda agradecer a preciosa ajuda do meu amigo Luís Peres Gomes, médico de formação.

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18 comentários:

  1. Caramba...tinha de haver alguma coisa. Dramática a história de vida de Santiago.
    Às vezes a vida é trágica e deixam muitas feridas profundas, que custam a sarar...feridas no âmago da alma.
    Apesar de triste, foi descortinada parte da vida de Santiago. Gostei.
    D-E-L-I-C-I-A, como sempre. :D

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    1. Pois é, Maria, tinha que haver algo grave para justificar a vida solitária de Santiago, bem como as atitudes por vezes "paradas" deste perante a entrada de Elisa na sua vida.
      Creio que esta é uma ferida de muito difícil cicatrização, se é que alguma vez ela poderá cicatrizar. E é aqui que talvez reside o foco centrar da história: serão os sentimentos de Elisa suficientemente fortes para arrancar Santiago do seu trauma? Estará Santiago disposto a dar uma nova oportunidade a si mesmo?
      Maria, bem hajas por todo o teu apoio...

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  2. Já li... muito dramático. Mas cenas da vida real e é bom que não nos esqueçamos disso. Muito bem descrito na minha opinião. Por certo mais dramas virão por aí, acho eu claro!!!!! Gostei tanto deste como do anterior, pelas vertentes distintas, carinho numa e sofrimento na outra... Nem me atrevo a tentar imaginar a próxima, ia falhar de certeza, essa imaginação meu amigo deixa-me a sorrir :) beijinhos e tudo a correr bem nessa vida...

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    1. Gosto que aquilo que escrevo possa ter correspondência com a realidade e de facto, um caso como o de Santiago, é possível de acontecer.
      O que vem aí?... Como irá Elisa reagir? Serão os sentimentos dela fortes para demover Santiago do seu trauma?
      Fernanda, obrigado pela fidelidade...

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  3. Sinceramente nunca imaginei uma revelaçao tão dramática. Julguei tratar-se de uma frustaçao do passado de um amor não correspondido que o levava a não ter coragem de arriscar novamente. O escritor está cada vez melhor e recomenda-se...

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    1. Teria de haver um forte motivo para ele reagir como reagiu às perguntas dela e, se formos mais abrangente, teria de haver algo para justificar toda a sua postura.
      Vamos esperar para ver o que se segue ;)

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  4. Ana Paula Curto Venâncio4 de março de 2013 às 11:04

    Leitura emocionante com um desfecho que se antevia trágico... mas espero que dias bons ainda se avizinhem para o Santiago?!

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    1. Verdade Ana Paula...
      Não se adivinhava "coisa boa", mas teria de haver um forte motivo para Santiago não se render aos encantos e aos avanços de Elisa.
      A pergunte que se pode colocar agora é como irá Elisa reagir ao conhecimento sobre o passado de Santiago... Serão os sentimentos dela capazes de demover o trauma que ele viveu, vive... Fica a pergunta ;)

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  5. Alexandra Bandarra Dias4 de março de 2013 às 11:24

    Bom Dia,
    gostei apesar do final triste...

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    1. Bom dia ;)
      Esse triste final pode ser o ponto de partida para uma outra chegada... feliz talvez :)

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  6. Todos temos as nossas"feridas". Se alguém é capaz de as curar, é lindo... Um texto profundo, sensível a que já nos habituou. Gostei. Beijinhos** Diana

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    1. Verdade, todos nós temos a nossas "feridas", umas mais graves que outras, mas sim, todos as teremos.
      A Diana lança uma questão pertinente e que no fundo tenderá a ser o factor central desta história: irá Elisa "curar" a ferida profunda de que Santiago padece?
      Obrigado pela fidelidade. Hoje irei começar a escrever a continuação, vamos ver para onde sou levado...
      Beijinhos

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  7. Bem, acabei a leitura e aqui vai a minha apreciação. Coitado do Santiago, nunca iria pensar que aquela presumida timidez fosse consequência duma perda tão grande. É por isso que nunca se deve julgar ninguém sem a conhecer profundamente. E mesmo assim, há sempre algo que se encobre. Olha, estou a adorar mesmo esta história, consegues encarnar as personagens duma forma credível e emocionante levando os leitores a interessarem-se bastante com aquilo que estão a ler. Muita inspiração para os próximos capítulos. Beijokas.

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    1. De facto Santiago não foi bafejado pela sorte.
      Teria de haver algo bastante relevante para justificar alguma da sua "timidez"... apatia, diria eu. Não podemos nem devemos julgar nunca alguém, mas muito menos o podemos fazer com base em poucos factos.
      Obrigado pelos elogios, por seguires atentamente o que escrevo.
      Beijos ;)

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  8. Quando começamos a ler um texto, criamos, inconscientemente, hipotéticos percursos para as personagens. Depois do encontro entre santiagos e Elisa, achei que o motivo da reacções dele, seria um amor impossível,perdido no tempo. Alguém com quem viveu o amor numa dimensão transcendente! Confesso-me influenciada por uma perspectiva mais optimista. Não imaginava que esse amor morresse na sua forma física. Seria mais fácil se Laura não tivesse morrido e que isso não aprisionasse Santiago a um vazio impossível de preencher! O sofrimento atroz marca as pessoas. Tira-lhes a esperança...
    Torço para que a personagem masculina seja suficientemente corajosa para correr o risco de se apaixonar novamente!!

    Boa inspiração!!!! Beijinho**

    Marta

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    1. Fico feliz por ter sido capaz, não propriamente de surpreender, mas de ter apresentado um caminho que não era o esperado.
      Devo dizer que ao princípio pensei que isto iria ser mais um conjunto de 3 a 5 textos, como normalmente sucedeu, mas isto está tomar contornos de um romance... assim sendo, tinha de haver algo complicado a "atrapalhar". Foi a morte trágica da esposa de Santiago a resposta encontrada.
      No entanto, e sem levantar muito o véu, ainda nos falta saber como foi a vida amorosa de Elisa.
      A pergunta que começa a vir ao de cima é: será um hipotético amor de Elisa por Santiago suficiente para voltar a fazer com este se abra novamente ao amor?
      Obrigado Marta pelo comentário ;)

      P.S. : Acho que já há um texto novo para ler.

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  9. Um texto de tal modo escrito, que choca!
    Santiago viveu 12 anos sem Laura e quando tudo indicava que iriam ter uma vida feliz,existe uma rotura total...
    Foi como se um pedregulho lhe tivesse caído na cabeça e desfeito o coração.
    Santiago criou uma barreira com o mundo e com os sentimentos, ou seja viveu como morto até encontrar Elisa...esperando que esta o consiga trazer de volta ao mundo!
    Muito bem escrito e que acontece algumas vezes na vida real! Ameio o que li!

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    1. Gosto de tocar as pessoas que lêem o que escrevo...
      Santiago vivia o "felizes para sempre", como num filme que termina bem... mas a vida não é um filme, a vida continua até ao dia que a morte trava a vida e só aí ela de facto termina.
      Santiago como que entrou num estado de morte em vida, por ventura poderia assim viver muito, muito tempo... Elisa veio mexer com o "status quo"... Agora resta saber até onde isto irá dar.
      Isabel, obrigado pela fidelidade. Beijinho

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     O vídeo que pode ver em baixo é uma curta-metragem chamado Cupidity (ou Cupido, em português).

     A história é sobre uma empregada de mesa apaixonada por um cliente, mas que ele nunca reparou nela. Ela canta no restaurante onde trabalha e todos a aplaudem... menos o cliente por quem ela está interessada.

     Até que ela percebe o real motivo do desinteresse e recebe a ajuda de um Cupido. Veja por si mesmo: clique no play e emocione-se.